junho 04, 2011

Paz

Venho aqui hoje publicar as palavras de uma amiga:

"Tenho visto uma movimentação gigantesca nas redes sociais acerca do código florestal, do Xingu, etc.. Ontem eu ouvi falar em guerra, dentro de uma casa de gente que busca um alto entendimento de amor, unidade, de compartilhamento. Dentro de uma casa onde na porta está a bandeira da paz. Eu entendo a indignação diante de situações tristes que nos encontramos.. É compreensível. Mas por outro lado, que espécie de revolução é essa que estamos nos propondo? A questão do Xingu é difícil sim, mas não é mais difícil do que a situação dos mendigos que vivem aqui na minha rua... E não é mais triste do que a minha própria situação, que também já fui índio, e que hoje vivo escravizada no sistema, que também já tive poderes que foram perdidos por inquisições religiosas, o quanto eu tenho condições e liberdade de mudar a minha própria condição? E você?
Eu acordei triste! Por que sinto em minhas memórias mais ancestrais que já participamos de muitas lutas, em busca de um mundo melhor... Avançamos um tanto é um fato, mas dessa vez eu não vou levantar as mesmas armas. Acordei pensando que toda essa questão, nos trás a possibilidade de uma reflexão muito profunda, mas muito profunda mesmo - de como VIVER - daqui pra frente. Não podemos nos esquecer, que eu, você, a Dilma, o Bush, os revolucionários, os Índios e os assassinos, estamos todos no mesmo barco... Enfim, eu não sei o que fazer, me sinto de fato impotente diante de questões tão profundas. Mas hoje, eu não vou sujar minhas mãos ou meu coração com desamor. Eu sinto que a revolução que faço em meu coração, é a única que de fato fará alguma diferença. Com amor, confiança, respeito, UNIDADE! "

Eu estava presente neste momento e foi um amigo a mim muito querido que falou em guerrear ao lado dos índios. Por que, de acordo com o Cacique Raoni, os índios vão lutar contra a Belo Monte. O nome disso será massacre que será varrido para debaixo do tapete. Acho uma causa justa a se lutar, mas não acho justo reutilizar um conceito velho como a guerra hoje em dia. Mesmo que tenha compreendido meu amigo e até sentido dentro de mim a sua força, a força da razão que o impulsiona a pensar assim, acho que a solução é outra.
Vendo esta solução, refletindo um pouco, me lembro da influência da meditação contra a violência. Já foi comprovada a redução de índices criminais nos EUA, e aqui também, com o Yoga pela paz, o trabalho de meditação coletiva. Somos caPAZes! Pensei nisso como uma possível solução, não para parar a Belo Monte, mas para evitar a guerra. Se o mundo em que vivemos é ilusório e nossa atual batalha é dentro de nós mesmos, que a gente opte pela paz. Vamos ouvir e praticar as palavras de Gandhi, e sermos a mudança que acreditamos. A guerra é contra a paz, e só gera retrocesso. Que a gente possa se sentar e emanar o nosso melhor para o mundo, nossa causa é a paz.


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