"Natureza... De tal maneira nos envolve e abraça que é impossível deixá-la, ou não penetrar mais em suas profundezas! Sem nos convidar, ou ao menos avisar, ela nos arrasta ao redemoinho de sua dança, até caírmos, fatigados, em seus braços.
Cria novas formas eternamente: o que surge jamais existiu e o que foi, não voltará, mas o que é velho sempre surge como novo.
Vivemos em seu seio e, no entanto, somos estranhos. Ela nos fala constantemente sem, no entanto, revelar os seus segredos.
Manifesta-se mediante seus filhos, mas, e a mãe, onde estará?
Cada uma de suas obras tem caráter peculiar; suas manifestações, conceito próprio. Mesmo assim, essa imensa diversidade emana de um único ser.
Há nela um eterno viver, surgir e movimentar que, no entanto, não se desloca. Sempre em transformação, ela nunca repousa e não sabe estar parada.
Não pensa e reflete como o homem e, sim, como natureza, sendo tão universal que ninguém ousa copiá-la.
Estamos todos dentro dela e ela está em todos nós. Com os homens, pratica um jogo amistoso, alegrando-se quando há quem possa conquistar.
Quem não a vê em tudo, não a verá em parte alguma.
A vida é sua mais bela invenção e a morte, um artifício para ter mais vida..."
Por Reinhold Gabert no livro "O Ser Humano e os Reinos da Natureza" a partir de um ensaio de Johann Wolfgang von Goethe, 1782.
Nenhum comentário:
Postar um comentário